Presidente do parlamento
são-tomense anuncia
“amplo movimento” para
ser “terceira via” nas
legislativas
O
presidente do parlamento
de São Tomé e Príncipe,
Delfim Neves, anunciou
hoje que está a ser
criado um "amplo
movimento nacional",
reunindo partidos e
sociedade civil, que
quer ser "a terceira
via" nas eleições
legislativas de 25 de
setembro
“Está em forja a criação
de um amplo movimento
nacional para concorrer
às eleições legislativas
numa perspetiva de unir
as forças políticas e
abrindo espaço às
pessoas que nunca se
filiaram em partido
nenhum ou que já
estiveram em partidos
outros, mas que por uma
razão ou outra estão
afastados”, afirmou, em
entrevista à Lusa em
Lisboa.
O objetivo, disse, “é
acolher todas essas
sensibilidades porque o
país precisa”.
“Juntos somos mais
fortes e somos capazes.
Dispersados,
dificilmente vamos
conseguir unir as forças
e unir o país”, referiu
o presidente da
Assembleia Nacional e
dirigente do Partido de
Convergência Democrática
(PCD), que, juntamente
com o Movimento de
Libertação de São Tomé e
Príncipe/Partido
Social-Democrata (MLSTP/PSD)
e a coligação UDD/MDFM,
integra a chamada ‘nova
maioria’, que suporta o
Governo de Jorge Bom
Jesus (MLSTP).
“Se houver esse
movimento e se isso se
concretizar, eu estarei
lá”, garantiu.
Delfim Neves não
revelou, no entanto, se
irá concorrer como
cabeça de lista nas
eleições legislativas
que se realizam em 25 de
setembro, a par das
autárquicas e regional
da ilha do Príncipe.
“Não sei se vou ser
cabeça de lista porque
não gosto de mandar nas
coisas que não têm dono,
porque é um movimento
amplo. É terra de
ninguém, ninguém pode
impor, mas sim o
coletivo analisará e
saberá quem deverá
liderar o grupo e
assumir essa
responsabilidade”,
referiu.
Para Delfim Neves, o
país tem vindo a
assistir a uma tendência
de bicefalismo
partidário, entre os
partidos da ‘nova
maioria’ e a Ação
Democrática Independente
(ADI, do
ex-primeiro-ministro
Patrice Trovoada,
atualmente na oposição),
mas com fracos
resultados.
Patrice Trovoada liderou
o Governo entre 2014 e
2018, sendo o primeiro,
desde o início do
multipartidarismo, no
início da década de
1990, a conseguir
concluir um mandato, e o
atual executivo de Bom
Jesus está a seis meses
de terminar os quatro
anos de governação.
“Grande parte das
pessoas diz que já não
acredita muito em nenhum
dos partidos que existem
em São Tomé e Príncipe.
É uma deceção total.
Todos falharam e ninguém
pode vir aqui
vangloriar-se que fez
mais ou que fez menos”,
sublinhou Delfim Neves.
“Se anteriormente o
argumento de não fazer
era a instabilidade
política (…) isto está
completamente
ultrapassado, nem um nem
outro tem mais este
argumento”, acrescentou.
Segundo Delfim Neves, “é
exatamente essa terceira
via que se precisa para,
primeiro, impedir essa
bipolarização tendencial
que se está a forjar e,
segundo, porque esta
terceira via será sim
uma alternativa para se
testar efetivamente se
os quatro anos são pouco
ou se a incompetência é
que tem sido a maior
causa do
subdesenvolvimento de
São Tomé e Príncipe”.
Questionado sobre que
partidos poderão
integrar este movimento,
o presidente do
parlamento salientou que
atualmente várias
formações políticas
são-tomenses estão a
realizar os seus
congressos para se
posicionarem para o
próximo ciclo eleitoral.
“Depois de concluído o
processo dos congressos
todos, vamos saber
exatamente quais são os
partidos que querem
integrar este movimento,
quais são as pessoas da
sociedade civil que
queiram participar. E,
aí sim, vamos tomar uma
decisão”, afirmou.
A hipótese de uma
coligação pré-eleitoral
com o MLSTP está
excluída.
“Garanto que com o MLSTP
não vamos juntos. O
MLSTP é um partido com a
sua implantação, um
partido que sempre
concorreu a eleições de
forma separada e
dificilmente faz
coligações
pré-eleitorais e não
somos nós que vamos
propor isso, quando
sabemos de antemão que
dificilmente o MLSTP irá
aceitar”, explicou,
admitindo, no entanto, a
possibilidade de
renovação da ‘nova
maioria’, mas através de
acordos pós-eleitorais.
“Este movimento será
concorrente de todos, de
todos os outros partidos
e todas as outras
forças. Vamos discutir,
vamos apresentar todos
os programas, vamos
dizer ao povo o que
queremos e o que podemos
fazer. (…) O povo deve
fazer essa escolha
porque o povo já fez as
outras duas escolhas e
sabe qual foi o
resultado”, salientou.
Delfim Neves, que na
primeira volta das
eleições presidenciais
de julho passado ficou
em terceiro lugar e
denunciou “fraude
maciça” na votação,
garante que, agora, vai
“lutar” pelo cumprimento
da lei eleitoral.
Segundo o responsável, a
lei prevê que todas as
mesas eleitorais tenham
representantes de cada
candidato, mas o que
aconteceu nas
presidenciais foi que
apenas cinco
representantes estavam
em cada mesa eleitoral,
deixando muitos
candidatos apenas com
delegados ou mesmo sem
representação e, por
isso, sem possibilidade
de apresentar
reclamação, que deve ser
feita junto da mesa
eleitoral. ( In Lusa)
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