Primeiro-ministro
são-tomense na Nigéria
para atração de
investimentos

O primeiro-ministro de
São Tomé e Príncipe
encontra-se a
promover “diplomacia
económica” na Nigéria,
onde participa num fórum
com empresários e
investidores privados
para atrair
financiamentos,
"garantir o
desenvolvimento" e
resolver "o problema da
pobreza instalada no
país".
“Eu vou à Nigéria neste
momento a convite de um
grupo de empresários que
está a organizar um
fórum convidando todos
os empresários e
investidores e nós vamos
precisamente nesta
perspetiva de diplomacia
económica, por isso a
própria ministra dos
Negócios Estrangeiros
nos acompanha”, explicou
Jorge Bom Jesus, na
terça-feira à noite,
antes de deixar a
capital são-tomense.
O governante considerou
que “perante a penúria
financeira, São Tomé e
Príncipe, que depende em
termos de investimento
de capital do exterior
acima de 90% [98,2%]”,
deve apostar na atração
do investimento
estrangeiro.
“Nós vamos para fazer
justamente a mobilização
de financiamento, fazer
apelo ao investimento
direto estrangeiro e
neste caso ao
investimento direto da
Nigéria – das empresas e
dos empresários
nigerianos –
aproveitando ao mesmo
tempo para promover e
vender a imagem de São
Tomé e Príncipe de forma
que também no campo
turístico, e não só, os
nigerianos possam vir
para São Tomé, visitar
São Tomé e deixar
dinheiro aqui”,
acrescentou o
primeiro-ministro.
No último ano de
Governo, Jorge Bom Jesus
entende que é altura de
mudar a estratégia para
conseguir verbas para
execução do Orçamento
Geral do Estado já
aprovado na
generalidade, com 98,2%
dos investimentos
públicos a dependerem da
ajuda externa.
“Até este momento nós
fomos agindo usando as
novas tecnologias de
informação e
comunicação. Há muitos
investimentos que temos
conseguido mobilizar
através das
videoconferências, mas,
como compreenderão, nem
tudo é possível através
dessas tecnologias à
distância e naturalmente
vamos aproveitar esta
oportunidade com
patrocínio destes
empresários porque São
Tomé e Príncipe não tem
recursos”, explicou.
“O problema de São Tomé
e Príncipe neste momento
é dinheiro, é
financiamento”, precisou
o chefe do Governo.
Bom Jesus referiu que o
país “tem património,
tem potencialidade, tem
um leque de
oportunidades”, mas
precisa “de transformar
todo o potencial em
ativo”.
“Precisamos de
transformar isso em
financiamento para
podermos garantir o
desenvolvimento e
sobretudo resolver o
problema da pobreza que
é estrutural, que é
crónica, que está
instalada há muito tempo
e que se agravou um
bocado”, advogou Jorge
Bom Jesus, destacando
que “esta missão apesar
de ter o cunho mais do
setor privado, tem a
chancela do Estado
nigeriano”.
O parlamento são-tomense
aprovou na terça-feira,
na generalidade, o
Orçamento Geral do
Estado (OGE) para 2022,
avaliado em cerca de 158
milhões de euros, com
previsão do Produto
Interno Bruto (PIB) de
2,8%, a inflação de 7,5%
e um deficit do saldo
primário de menos 2,8%,
segundo dados avançados
pelo primeiro-ministro.
As propostas do OGE e
das Grandes Opções do
Plano foram aprovadas
com 28 votos das
bancadas da ‘nova
maioria’ que suportam o
Governo, nomeadamente,
23 votos do Movimento de
Libertação de São Tomé e
Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD) e
cinco votos da coligação
PCD-MDFM-UDD.
Por sua vez, 21
deputados da Ação
Democrática Independente
(ADI, na oposição) e
dois do Movimento de
Cidadãos Independentes
votaram contra a
proposta do Orçamento.
Houve ainda uma
abstenção de um deputado
da ADI.
No final da sessão
plenária o
primeiro-ministro disse
que o voto contra da
bancada do ADI não foi
surpresa, uma vez que
este partido tinha
votado contra os três
orçamentos anteriores
apresentado pelo
Governo.
“Estamos a falar de um
Orçamento de um país
real”, afirmou Bom
Jesus, defendendo uma
aposta na mobilização de
receitas para criar
condições sobretudo para
que os jovens “tenham um
outro futuro”.
O OGE vai ser analisado
nos próximos dias pelas
comissões especializadas
da Assembleia Nacional,
devendo ser aprovado em
final global ainda
durante dezembro.
Lusa/fim