Costa salienta em São
Tomé e Príncipe caminho
para livre circulação na
CPLP

O primeiro-ministro
afirmou que é intenção
de Portugal consolidar e
aumentar a cooperação
bilateral com São Tomé e
Príncipe e salientou as
consequências futuras do
acordo de mobilidade na
Comunidade de Países de
Língua Portuguesa
(CPLP).
António Costa chegou a
São Tomé pelas 16:00, a
mesma hora de Portugal
continental, acompanhado
pelo ministro da Defesa,
João Gomes Cravinho, e
pelo chefe do
Estado-Maior-General das
Forças Armadas,
almirante António Silva
Ribeiro.
Logo a seguir, o líder
do executivo português
reuniu-se com o seu
homologo são-tomense,
Jorge Bom Jesus --
encontro em que já
esteve presente o
secretário de Estado dos
Negócios Estrangeiros e
da Cooperação, Francisco
André, e que durou cerca
30 minutos.
No final da reunião,
António Costa elogiou os
resultados da cooperação
bilateral com São Tomé e
Príncipe, destacando as
áreas da saúde e da
defesa.
"Quero reafirmar ao
senhor primeiro-ministro
de São Tomé e Príncipe
todo o nosso empenho em
prosseguir estes níveis
de cooperação e, se
possível,
desenvolvê-los. A
segurança no Golfo na
Guiné é essencial para a
segurança marítima"
internacional,
assinalou.
"Temos todo o empenho em
desenvolver estes níveis
de cooperação, desde
logo na segurança para a
navegação no Golfo da
Guiné, que é não só
importante para São Tomé
e Príncipe, como também
para a navegação
marítima internacional",
acrescentou.
O primeiro-ministro
evidenciou depois o
passo dado ao nível da
Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP)
com a ratificação do
acordo de mobilidade,
"eliminando barreiras
que as populações não
compreendem".
Ao nível da CPLP, o
líder do executivo
destacou que Portugal
foi "dos três primeiros
países a fazer com que o
acordo de mobilidade
entre em pleno vigor no
próximo dia 01 de
janeiro". "Estamos a
eliminar uma barreira
que as nossas populações
não percebem, não
aceitam e que nenhum de
nós tem interesse em
continuar a manter",
sustentou António Costa.
O líder do executivo
defendeu que as
fronteiras entre os
diferentes
Estados-membros da CPLP
"têm de ser espaços de
circulação, como se
circula através da
língua, da literatura,
das ideias e dos
contactos políticos ou
económicos".
"Este é o melhor legado
que podemos deixar às
gerações futuras",
acentuou, dizendo que
casos como o da
concessão de vistos a
estudantes de São Tomé e
Príncipe "não se
voltarão a verificar".
No seu breve discurso, o
primeiro-ministro de São
Tomé e Príncipe
congratulou-se pela
decisão de Portugal
ratificar o acordo de
mobilidade da CPLP,
frisando que o seu país
tem uma população jovem
e que esta organização
está a virar-se para as
pessoas.
No plano bilateral,
Jorge Bom Jesus pediu
uma nova dinâmica na
cooperação empresarial
com Portugal e elogiou a
recente assinatura do
programa estratégico de
cooperação em dezembro
último.
O primeiro-ministro
referiu, também, que, em
breve, será assinado um
programa de cooperação
técnica e militar com
Portugal.
Ao fim da tarde, António
Costa desloca-se ao
navio-patrulha Zaire, da
Marinha Portuguesa, que
desde 2018 se encontra
em missão em São Tomé e
Príncipe, no âmbito de
um acordo bilateral.
Em várias intervenções
públicas, como aconteceu
na última Assembleia
Parlamentar da NATO, que
se realizou em Lisboa, o
primeiro-ministro tem
alertado para a urgência
de um reforço dos meios
de defesa no Golfo da
Guiné, visando combater
a pirataria e preservar
a segurança marítima.
Este navio-patrulha
Zaire, operado por uma
guarnição mista,
atualmente com 23
militares portugueses e
13 são-tomenses, tem
como principais missões
contribuir para a
formação da guarda
costeira são-tomense,
reforçar a vigilância e
a fiscalização dos
espaços marítimos neste
país e a segurança na
região do Golfo da
Guiné.
Antes do jantar, António
Costa efetua ainda uma
visita ao Hospital
Central de São Tomé, que
está integrado no
projeto de cooperação
Saúde para Todos,
lançado em 1988 e que é
considerado um dos mais
importantes da
cooperação portuguesa.
Segundo fonte
diplomática, este
programa tem uma
abordagem integrada e
inovadora na área da
saúde, prestando apoio à
rede de cuidados
preventivos e primários
para a redução e
prevenção de doenças
transmissíveis, assim
apoio aos cuidados
especializados através
da realização de missões
médicas de especialistas
portugueses.
Este programa tem já 26
especialidades médicas,
entre as quais
imagiologia, cirurgia
pediátrica,
oftalmologia,
otorrinolaringologia,
dermatologia,
gastroenterologia,
urologia, cardiologia,
cirurgia Geral, anatomia
patologia, ginecologia,
obstetrícia e combate às
doenças não
transmissíveis.
No que respeita ao
combate à covid-19,
Portugal já doou 86 mil
doses de vacinas em três
lotes diferentes - um de
12 mil e dois de 37 mil
-, acompanhadas do
material necessário para
a inoculação.
O último ponto do
programa do
primeiro-ministro em São
Tomé será um jantar de
Natal com militares
portugueses, no Espaço
Cacau, em que também
estará presente o
ministro da Defesa
Nacional são-tomense.
Lusa