Presidente são-tomense
cria "comité de sábios"
para combater a
corrupção
O
Presidente de São Tomé e
Príncipe anunciou
quinta-feira dia 10, a
criação de um "comité de
sábios", que produzirá
documentos baseados em
modelos nacionais e
estrangeiros que
orientarão o Governo do
país no combate à
corrupção e crimes
económicos.
"Preocupa-me a
generalizada perceção do
aumento de corrupção no
país e refleti sobre
como podemos em
conjunto, num diálogo
nacional, institucional
e com a sociedade
combater e previr a
corrupção. Decidi por
isso, utilizar, pela
primeira vez, o alto
patrocínio da
Presidência da República
para constituir um
comité de sábios, à quem
competirá produzir um
documento com uma
reflexão sobre cenários
e perspetivas de combate
a corrupção e a
criminalidade económica
e financeira", anunciou
chefe de Estado.
No seu
discurso durante a
inauguração de novas
instalações da
Procuradoria-Geral da
República de São Tomé e
Príncipe, Carlos Vila
Nova explicou que "este
comité de sábios irá
consultar universidades
de renome nesta área,
recolher exemplo de
modelos de instituições
e de quadro normativos
de vários países,
auscultar as
instituições nacionais e
a sociedade civil" e os
parceiros bilaterais e
multilaterais do
arquipélago.
O chefe
de Estado acrescentou
que acompanhará de perto
o organismo que será
constituído por
"individualidades
idóneas", assegurando
que "será um processo
inclusivo" onde todos
poderão contribuir para
"que seja o resultado de
uma auscultação geral e
descomprometida com
qualquer agenda que não
seja só e apenas o
desenvolvimento de São
Tomé e Príncipe".
"Esse
exercício não será uma
prescrição obrigatória
para os Governos, mas
seria um instrumento
orientador de trabalho",
precisou o Presidente da
República.
Carlos
Vila Nova reafirmou o
seu comprometimento na
melhoria do setor da
justiça e no combate a
corrupção, tendo
referido que um estudo
de opinião pública
"revelou que sete em
cada dez são-tomenses
acreditam que a
corrupção aumentou ou
aumentou bastante,
enquanto no mesmo
período em África apenas
5 em cada 10 africanos
tinha essa opinião sobre
os seus países".
Além
disso, o chefe de Estado
realçou que "logo nos
primeiros dias deste
ano, a Organização
Transparência
Internacional lançava os
seus 'rankings' de
corrupção mundial, no
qual São Tomé e Príncipe
desceu duas posições".
"Claro
que estamos a falar de
índice de perceção de
corrupção e não de valor
factual de corrupção,
mas sabemos que o
capital social é
fundamental para o
desenvolvimento das
sociedades [...] devemos
todos por isso
preocuparmo-nos e
refletirmos sobre este
generalizado sentimento
de desconfiança por
parte dos nossos
concidadãos", defendeu o
chefe de Estado.
O
primeiro-ministro, Jorge
Bom Jesus, assegurou a
disponibilidade do
Governo "para cooperar e
continuar a trabalhar
para que uma luta seja
travada contra a
impunidade e ninguém
estar acima da lei".
"Há
sempre uma margem para
se fazer mais e melhor,
até porque a
modernização da justiça
tem que ser feita ou
entendida numa visão
holística", disse o
chefe do Governo.
As novas
instalações da
Procuradoria-Geral da
República inauguradas
hoje custaram 294 mil
dólares (cerca de 268
mil euros) provenientes
dos 3 milhões (cerca de
2.732 milhões de euros)
recuperados numa
operação de combate ao
crime perpetrado por uma
máfia internacional.
"Reiteramos que estamos
determinados na luta da
criminalidade mais
grave, incluindo a
criminalidade
económico-financeira, à
corrupção e ao
branqueamento de
capitais. Nunca tais
crimes foram tão
investigados em São Tomé
e Príncipe", disse o
procurador-geral da
República, Kelve Nobre
de Carvalho.
Entretanto,
procurador-geral da
República defendeu a
atualização da do código
penal e do processo
penas são-tomense, e a
lei de branqueamento de
capitais para incluir
novos mecanismos de
perda, nomeadamente "a
perda alargada e a perda
sem condenação, que está
a ser bastantes usada no
Brasil, Moçambique e em
Angola".
(In Lusa)
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