6.
1. 2021“Lisboa,
menina e moça”, “Os putos”,
“Canoas do tejo” são algumas das
músicas eternizadas por Carlos
do Carmo, fadista que faleceu
neste primeiro dia do ano de
2021.
Figura incontornável do fado e
da música em geral, Carlos do
Carmo deixa um enorme legado na
memória de todos. Nesta hora, a
UCCLA expressa as mais sentidas
condolências à família.
O Secretário-geral da UCCLA,
Vitor Ramalho, escreveu a
seguinte nota:
Como é do domínio público,
Carlos do Carmo deixou
definitivamente de cantar no
primeiro dia deste novo ano de
2021. Isso não significa que a
sua voz tenha deixado de ser
ouvida como uma referência
cultural incontornável do povo
português. Ao tê-lo presente
aqui e agora não poderia deixar
que, nesta hora, deixássemos de
refletir que o fado, que
interpretou de forma invulgar, é
resultado direto do encontro
secular de culturas dos povos de
língua oficial portuguesa tal
como o é a morna ou o samba para
além de outras formas de canto
dos nossos povos.
É obrigação da UCCLA recordar
esta realidade neste mundo hoje
cada vez mais global, relevando
o facto da própria afirmação de
Portugal no mundo ter como
instrumento privilegiado a
lusofonia. Carlos do Carmo foi
neste sentido um herói da
cultura porque a cultura tem os
seus heróis e Carlos do Carmo é
um deles.
O melómano brasileiro José Ramos
Tinhorão refletiu, como poucos,
o facto das expressões musicais
dos nossos povos, e entre elas o
fado, terem sido resultado
desses encontros seculares de
cultura na obra recentemente
reeditada em Portugal “Os negros
em Portugal, uma presença
silenciosa” de leitura
obrigatória nesta data em que
Carlos do Carmo nos deixou.
Tive o privilégio de o conhecer
há muitos anos e o nosso
primeiro contacto teve
exatamente a ver com o encontro
de culturas dos nossos povos e a
expressão desse encontro na
música.
A grandeza de Carlos do Carmo
está para além e muito para além
das fronteiras de Portugal.
À sua família e em especial à
sua mulher e filho vão as mais
sentidas condolências da minha
pessoa e da UCCLA.