Empresa turca vai explorar aeroporto de São Tomé

Por:Neidy Ribeiro com Lusa

O Governo são-tomense anunciou que o aeroporto internacional da capital vai começar a ser privatizado pela empresa turca FB Group por um período de 49 anos. Em declarações à agência de notícias Lusa, o ministro das Infra-estruturas, José Carvalho de Rio, considera que o projecto vai trazer uma nova dinâmica à economia nacional. O líder do principal partido de oposição, Jorge Bom Jesus, fala em “falta de transparência”.

O projecto de modernização do aeroporto internacional de São Tomé deve ser executado em três fases, iniciadas dentro de três meses, depois do aval do Tribunal de Contas. A notícia foi avançada à agência de notícias Lusa pelo ministro das infra-estruturas, José carvalho de Rio, sublinhando que o projecto de privatização do aeroporto internacional -entrega à empresa turca FB Group- vai dinamizar a economia do país.

“Vai haver melhorias nos diversos sectores afectos ao aeroporto, nomeadamente os terminais de passageiros, o terminal de carga, salas VIP, a parte da restauração, os estacionamentos (…) uma série de melhorias que vão ser introduzidas e que pensamos que vão revolucionar e trazer uma nova dinâmica para a economia nacional”, afirmou.

De acordo com o responsável da pasta das infra-estruturas, a primeira fase do projecto ronda os 85 milhões de euros, somando-se mais de 100 milhões euros na segunda e atingirá 144 milhões de euros na terceira fase. O objectivo é que a infra-estrutura aeroportuária esteja capacitada para receber mais de 1 milhão de passageiros por ano.

Menos optimista está o líder do MLSTP-PSD- principal partido de oposição no país, que fala em “dúvidas” e defende que a privatização do aeroporto internacional deve ser escrutinados pelos órgãos de soberania e sociedade civil.

“[Temos ]Dúvidas por causa da falta de transparência. Os grandes projectos estruturantes devem ser amplamente discutidos, de forma inclusiva, com implicação de todos os órgãos de soberania, de todos os atores políticos, sociais, culturais, económicos e empresariais. É preciso incluir toda a gente”, defendeu.

Jorge Bom Jesus questiona as escolhas do Governo que optou por um projecto de uma empresa privada turca, FB Group, em detrimento de um projecto chinês com fundos públicos.

“É um projecto que se vem sobrepor a outro prometo antigo, com financiamento garantido de dinheiro público, na altura da China. Portanto, quando aparece este novo privado, não sei qual é a natureza deste projecto. O que São Tomé ganha e o que perde [com este projecto]? Por quantos anos? Temos que discutir tudo isto”, concluiu.

A imprensa são-tomense escreve que o Governo de São Tomé e Príncipe concedeu a privatização do aeroporto internacional Nuno Xavier a uma empresa turca -FB Group- que vai investir mais de 300 milhões de euros na infra-estrutura aeroportuária, a exploração deve ser feita por um período de 49 anos.