São Tomé e Príncipe devia ser o que as Maurícias são no Índico

user 23-Jun-2023 Nacional

A antiga primeira-ministra de São Tomé e Príncipe Maria das Neves defendeu hoje que o arquipélago devia ser "o que as ilhas Maurícias são para o Índico", apostando no turismo diferenciado e serviços digitais.

"O arquipélago tem uma posição estratégica com um potencial enorme, pode ser um interface marítimo e aéreo para a região do golfo da Guiné, um destino turístico exclusivo e pode desempenhar na África Central o mesmo que as Maurícias fazem no Índico através do transporte e da prestação de serviços digitais", disse a antiga governante.

Intervindo na sexta sessão do Fórum Permanente - Debates da Lusofonia, em Lisboa, a antiga líder do executivo são-tomense entre 2002 e 2004 salientou os muitos desafios que o arquipélago enfrenta, apresentando depois um conjunto de tópicos e ideias para melhorar o desenvolvimento económico e social do país lusófono.

"Perante os desafios, São Tomé e Príncipe deve apostar em turismo de qualidade, num porto de águas profundas, na institucionalização enquanto praça financeira internacional, na educação e formação profissional, tentar ser sede de organizações regionais e promover o acordo de livre comércio para aprofundar a diversificação económica", defendeu.

Antes, já Maria das Neves tinha elencado os muitos desafios que o país enfrenta, apontando a "estagnação económica, a instabilidade e incapacidade dos líderes trabalharem em conjunto" como alguns dos principais problemas estruturais no arquipélago.

Existe, apontou, "uma fraca capacitação dos recursos humanos, ausência de estratégia global de desenvolvimento associada à deficiente aplicação da ajuda externa na modernização de infraestruturas e incapacidade técnica para criar um ambiente favorável ao setor privado".

Ainda assim, concluiu, São Tomé e Príncipe "é o país mais próximo do centro do mundo", pois tem "latitude e longitude zero, é uma posição geopolítica bastante privilegiada".

"E o potencial do mar é um ativo importante para termos um desenvolvimento nacional sustentável", rematou.

A sessão dedicada ao tema "Desenvolvimento e Cooperação na África Lusófona" decorreu no auditório da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

Lusa

 

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