São Tomé, 24 mar 2025 (Lusa) - O Governo são-tomense
procura soluções para evitar a greve que os funcionários judiciais convocaram
para sexta-feira, abertura do ano judicial, reivindicando aumentos salariais e
a aprovação do estatuto dos funcionários, disse à Lusa a ministra da Justiça.
"É de todo interesse que não se faça a greve, que a
greve não se efetive. Vamos continuar a discutir, vamos procurar a encontrar
uma solução para resolver o problema", disse a ministra da Justiça,
Assuntos Parlamentares e Direitos da Mulher de São Tomé e Príncipe, Vera
Cravid.
O sindicado anunciou, numa nota anteriormente enviada à
Lusa, que após assembleia dos trabalhadores "ficou decidida a paralisação
dos serviços" no dia 28 de março no Supremo Tribunal de Justiça, tribunais
de primeira instância, secretarias e cartórios judiciais, garantindo os
serviços mínimos.
No caderno reivindicativo destacam-se sobretudo, questões
remuneratórias, sobretudo o "reajuste salarial" e aumento de
subsídios, mas também a atualização e aprovação do estatuto dos funcionários
judiciais.
Quanto à revisão do estatuto dos funcionários judiciais, a
ministra da Justiça, Vera Cravid assegurou que o assunto está a ser analisado
entre o Governo e o sindicato.
"Nesta matéria nós assumimos o compromisso de repescar
o diploma e ver com a comissão, com o sindicato, quais são as abordagens que
eles entendem que não respondem os anseios dos funcionários judiciais [...]
como também os funcionários do Ministério Público, ambos os sindicatos
revelaram a insuficiência ou a não cobertura das respetivas preocupações
no estatuto que está sendo discutido", disse Vera Cravid.
Sobre a atualização dos salários dos funcionários judiciais,
a governante são-tomense sublinhou que depende dos próprios Tribunais que têm
autonomia administra e financeira, mas o Governo já pediu ao Supremo Tribunal
de Justiça que "facultasse elementos para se discutir em que se pode ver
as melhorias".
"Não se pode discutir o aumento salarial sem saber
quanto é que cada funcionário judicial neste momento recebe", precisou
Vera Cravid, adiantando que o Governo apenas faz as transferências para o
funcionamento do Tribunais, incluindo o pagamento dos salários.
A ministra da Justiça reconheceu, contudo, os direitos dos
funcionários judiciais à greve, desde que cumprindo os preceitos legais, mas
também sublinhou que a lei também prevê consequências para os grevistas.
