Praia, 14 abr 2025 (Lusa) - O Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (FIDA) lançou hoje, na cidade da Praia, um programa
regional para reforçar a resiliência da agricultura face às alterações
climáticas em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
O programa Adaptação dos Pequenos Estados Insulares em
Desenvolvimento da África Ocidental e Central (Adapt), tem a duração de cinco
anos e um orçamento de 10,5 milhões de euros que visa "reforçar a
resiliência dos pequenos produtores e sistemas de produção agrícola face à
mudança climática", afirmou o diretor do FIDA, Bernard Hien, durante o
lançamento do projeto.
O programa prevê formação técnica, acesso a novas
tecnologias e a elaboração de planos de ação que cada país vai adaptar às suas
realidades.
"A prioridade é dar-lhes conhecimento e ferramentas
para se adaptarem melhor às mudanças do clima", frisou.
O responsável referiu que, além da componente ambiental, o
projeto também procura responder a fragilidades económicas e sociais, em
especial no meio rural, com foco na inclusão de mulheres e jovens.
"Todos os projetos apoiados pelo FIDA têm uma forte
componente social. Trabalhamos para integrar os jovens e as mulheres nas
atividades e reforçar o seu poder económico. Este programa também tem isso em
conta", garantiu.
Em Cabo Verde, o projeto será articulado com o Projeto de
Promoção de Oportunidades Socioeconómicas Rurais (POSER), que visa criar
oportunidades de emprego e rendimento para as populações rurais mais
vulneráveis.
O ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, Gilberto
Silva, adiantou que o projeto vai ser desenvolvido no vale de Rabil, na
ilha da Boa Vista para "substituir a acácia americana, que é uma espécie
invasora, por tamareiras".
O objetivo passa ainda por trabalhar para uma maior
resiliência e adaptação do sistema agroalimentar, não só na agricultura, mas
também na pecuária, na conservação da natureza para que os cabo-verdianos não
abandonem o meio rural.
"A África inteira contribui com 4% das emissões, e nós
destacamos, neste conjunto de países, pelo facto de sofrermos fortemente as
consequências das mudanças climáticas", apontou.
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