As novas
autorizações de residência CPLP vão permitir a circulação noutros países
europeus, anunciou o Governo português, que quer assim acabar com a
discriminação de que eram alvo os cidadãos lusófonos em Portugal.
"Os cidadãos
da CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] têm, na lei portuguesa, um
regime mais favorável para entrada e obtenção de autorização de residência.
Parte desse regime estava na prática fechado, estava anunciado, estava descrito
na página da internet, mas não funcionava", disse o ministro da
Presidência, na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros,
onde foi aprovada uma proposta de lei sobre controlo das fronteiras e que vai
ser enviada para a Assembleia da República de Portugal para
aprovação.
António Leitão
Amaro avançou que este diploma vai permitir "emitir documentos uniformes
que permitam mobilidade europeia" aos cidadãos da CPLP, tal como a todos
os outros.
Segundo o ministro,
esta medida permite acabar com o que o Governo considera ser um tratamento de
"cidadãos de segunda" e insere-se nas novas regras de entrada de
estrangeiros.
O anterior Governo
atribuiu vistos CPLP aos cidadãos lusófonos no âmbito do acordo de
mobilidade na comunidade, mas estes não permitiam a circulação para os
restantes países europeus, o que levou a União Europeia a abrir um processo de
infração a Portugal.
O ministro da
Presidência indicou também que o acordo de mobilidade da CPLP terá "dois
tipos de mudanças", que precisavam da aprovação desta proposta pelo
Governo e depois pelo parlamento para poderem avançar.
"Depois da lei
aprovada pela Assembleia da República, revogamos uma portaria e começamos a
emitir as autorizações de residência CPLP em modelo uniforme, era uma das
medidas essenciais do plano para as migrações", disse.
Leitão Amaro
referiu que a outra mudança passa por ativar um canal, na plataforma da Agência
para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), onde os cidadãos da CPLP que
entram em Portugal "de forma regular possam obter uma autorização de
residência".
A CPLP
integra Portugal, Cabo Verde, Brasil, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.
Lusa
