A Rede das Reservas da Biosfera da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) quer “práticas inovadoras que harmonizam a conservação
da biodiversidade com o desenvolvimento sustentável”, anunciou a organização,
que incentiva a criação de novas reservas na lusofonia.
A declaração vem expressa em comunicado enviado hoje à Lusa
a propósito do III Encontro da Rede das Reservas da Biosfera da UNESCO na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP MaB), que decorreu a semana
passada na ilha do Príncipe.
“O evento reuniu várias autoridades locais, especialistas e
representantes das 24 Reservas da Biosfera na CPLP proporcionando um grande
marco de cooperação internacional para a conservação da biodiversidade e o
desenvolvimento sustentável”, refere-se na nota.
Segundo a organização, “o evento foi marcado pela
apresentação dos resultados das iniciativas-piloto nas Reservas da Biosfera na
CPLP em áreas como roteiros de turismo sustentável, as paisagens alimentares e
os serviços de ecossistema nas Reservas da Biosfera”.
“Estas experiências reforçaram o compromisso da Rede para a
implementação de práticas inovadoras que harmonizam a conservação da
biodiversidade com o desenvolvimento sustentável, privilegiando as comunidades
locais, e oferecendo também modelos replicáveis para outras Reservas da
Biosfera da UNESCO”, lê-se na nota.
A organização refere que, “após quatro dias de reuniões e
visitas técnicas que proporcionaram uma imersão na riqueza cultural e natural
da Reserva da Biosfera da Ilha do Príncipe”, foi aprovada a Declaração do
Príncipe, que reforça a intenção de “incentivar a criação de novas Reservas da
Biosfera nos países da CPLP” e “desenvolver e implementar programas de
capacitação e formação para gestores e comunidades locais, visando a
valorização dos recursos naturais e culturais”.
A abertura do III Encontro da CPLP MaB, foi presidida pelo
primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Américo Ramos, e, através de uma
mensagem, pelo secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, que, segundo a
organização, destacou que a rede tem um papel fundamental "na promoção de
ações coordenadas que fortalecem a gestão integrada destas reservas, garantindo
a partilha de experiências”.
A Reserva da Biosfera da Ilha do Príncipe foi nomeada para
presidir à Comissão Executiva Transitória da Rede CPLP MaB, juntamente com o
Comité MaB de Portugal, como vice-presidente.
“Recebemos este mandato não como mero prestígio, mas com um
sentido de responsabilidade de tudo fazer para o fortalecimento progressivo e
contínuo da rede”, afirmou o Presidente do Governo Autónomo do Príncipe, Filipe
Nascimento, citado pela organização.
Segundo a organização, o encontro “contou também com a
participação de outras figuras-chave”, incluindo o embaixador de Portugal em
São Tomé e Príncipe, a ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável e
a ministra da Educação, Cultura, Ciências e Ensino Superior do arquipélago, o
diretor da Divisão de Ciências Ecológicas e da Terra da UNESCO, várias
autoridades locais e representantes da CPLP, dos Comités MaB e das Reservas da
Biosfera do Brasil, da Guiné-Bissau, de Moçambique, de Portugal, de São Tomé e
Príncipe e de Cabo Verde.
O próximo encontro da CPLP MaB está previsto para 2026, na
Reserva da Biosfera do Cerrado, no Brasil, “dando continuidade a este
importante diálogo internacional", acrescenta.
Lusa
