O primeiro-ministro de São Tomé e
Príncipe quer tornar o arquipélago numa "plataforma integrada" de
serviços financeiros, turísticos e comerciais até 2035, salientando que o país
tem "vantagens competitivas", incluindo a localização, comparando com
outros da região.
Em declarações à Lusa, à margem
de um fórum dedicado a oportunidades de negócio entre aquele país africano
lusófono e Portugal, Patrice Trovoada afirmou que o "turismo
diferenciado" é uma aposta para o futuro de São Tomé e Príncipe e apontou
a possibilidade de serem criadas "zonas especiais económicas" para
atrair investimento internacional.
"Estamos no caminho e nós
queremos, de facto, que essa plataforma sirva aqueles que pretendem investir,
fazer comércio com a região do Golfo da Guiné e que veem em São Tomé um porto
seguro, eficiente, com leis claras, um regime político estável", apontou o
chefe de Governo.
Patrice Trovoada disse que o país
tem que "tirar partido" da situação geográfica privilegiada",
por estar a menos de duas horas "de vários países africanos e de uma
realidade de quase 400 milhões de pessoas", podendo por isso "funcionar
como plataforma" para penetrar naqueles países.
"Eu não posso mudar a minha
Geografia. Quando digo que somos um país amigo é porque realmente estou
interessado de estar inserido num espaço de amigos, um espaço de paz, um espaço
de relações claras, transparentes, respeitosas de todos os princípios que
governam e que devem governar pessoas de bem", apontou.
E continuou: "A nossa visão
baseia-se na localização geográfica do país, tudo o que estamos a planear tem a
ver com o facto de São Tomé e Príncipe estar no Golfo da Guiné, na linha do
equador e a menos de duas horas de muitos países africanos que representam
grande potencial económico e não só", enumerou.
O chefe de governo referiu ainda
que "os custos hoje de penetração de alguns mercados são muito elevados,
não só em termos de capital financeiro, mas em termos de riscos",
defendendo que os investidores podem também aproveitar essa plataforma em São
Tomé e Príncipe "para lidar com os países à volta".
Sobre a criação de zonas
económicas especiais, uma medida com que pretende avançar, referiu-se ao custo
da entrada noutro país africano, afirmando que "são milhões, mais a
questão da segurança, mais a estabilidade do regime fiscal".
"Se criarmos um regime
específico, o concessionário terá toda a liberdade, enfim, de propor inovações
em termos fiscais, legais, porque estamos a falar de extraterritorialidade. E
estamos perfeitamente abertos a isso e estamos a construir essas zonas",
descreveu, lembrando que não esta a "inventar nada" e dando exemplos
de outros países que o fizeram.
"Alguns países asiáticos,
por exemplo, fizeram isso durante muitos anos, tiveram essa flexibilidade de
poder, quer a nível da estrutura empresarial, quer a nível da estrutura legal,
responder rapidamente às modificações que existem no mercado", salientou.
O turismo tem outro "papel
fundamental" na visão de Patrice Trovoada para São Tomé e Príncipe, mas
"um turismo específico".
"Queremos um turismo que não
agrida a natureza, por isso [será] muito difícil nós seguirmos para um turismo
de massa. Queremos um turismo diferenciado", disse.
Lusa
