Ontem de manhã, a diáspora do
povo annobonese na Espanha realizou um comício significativo em frente ao
Ministério das Relações Exteriores e ao Congresso dos Deputados com o apoio da
comunidade catalã. Este evento, enquadrado no Dia Nacional de Kiskabelu, que
aconteceu ontem, simboliza não apenas a luta do povo pela autodeterminação, mas
também um apelo à mediação da Espanha em seu conflito com a Guiné Equatorial.
O Kiskabelu, um modesto assento
de madeira presente em todas as casas Annobones, transcendeu sua função prática
para se tornar um emblema de resistência. No dia da mobilização, os Annoboneses
no exílio destacaram sua relevância como símbolo de unidade e da história
compartilhada entre Annobón e Espanha. Este ano, em vez de uma mensagem de
protesto, o apelo foi para estabelecer um diálogo construtivo.
Durante o dia, foram lidos dois
manifestos, um no Ministério dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e
Cooperação do Reino de Espanha, liderado por José Manuel Albares Bueno, e
outro perante o Congresso dos Deputados de Espanha, presidido por Francina
Armengol. Em seu manifesto, o Governo da República de Annobón solicitou a
mediação ativa da Espanha, instando o governo a não ficar indiferente à
repressão sistemática do regime de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo na
Guiné Equatorial. Durante a mobilização, Orlando Cartagena Lagar,
primeiro-ministro da República de Annobón, sublinhou a responsabilidade
histórica da Espanha como ex-potência colonial de apoiar o povo em sua luta por
liberdade e justiça.
A situação em Annobón é crítica.
De prisões arbitrárias à violência sistemática, os Annoboneses viveram em um
estado de extrema vulnerabilidade. Explosões de dinamites e outros atos
violentos agravaram a crise humanitária, colocando em risco tanto a vida dos
habitantes quanto sua identidade cultural. Este contexto torna ainda mais
urgente o apelo ao diálogo com a Espanha.
Vale ressaltar que o dia de
mobilização contou com o apoio de um representante da comunidade catalã, que se
juntou à reivindicação do povo de Annobon. Este endosso ressalta a importância
da solidariedade entre os povos na busca da justiça e dos direitos humanos.
Juntos, eles enfatizaram a necessidade de a Espanha assumir um papel ativo na
mediação do conflito.
O povo de Annobón, através da sua
manifestação em Madrid, procura abrir um caminho para a liberdade e a
autodeterminação. O convite ao governo de Pedro Sánchez é claro: "Espanha,
fale com Annobón". A comunidade internacional, e especialmente a Espanha,
tem a oportunidade de demonstrar um forte compromisso com os direitos humanos e
apoiar as legítimas aspirações do povo annoboneso. Somente através do diálogo e
da mediação será possível avançar para uma solução pacífica que respeite a
vontade de Annobón.
por Pale Press
