Em São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova acabou por vetar
cinco dos seis diplomas sobre a reforma da justiça.
O presidente são-tomense reenviou cinco dos seis diplomas da
reforma da justiça, que fazem parte do pacote legislativo que inclui os
diplomas sobre a Organização e Funcionamento do Sistema Judiciário, o Conselho
Superior de Magistraturas, Instituto de Gestão, Administração e Infraestruturas
da Justiça, Inspeção Judiciária e Secretarias Judiciais.
De notar que estes diplomas foram finalizados e aprovados
pelo parlamento são-tomense em Julho.
Em declarações recolhidas pela Agência Lusa, Carlos
Vila Nova explicou as razões que o levaram a vetar esses diplomas:
“Cerca de um mês antes de fazer o veto, os actores ligados
ao documento foram convidados para que se pudesse trabalhar junto e ultrapassar
aquilo que eram os pontos de bloqueio que eu tinha e eu demonstrei. Não o tendo
feito, portanto, não deveria surpreender ninguém porque o documento tinha que
ser vetado e o veto é explicativo e segue a um documento que acompanha o veto.
O Presidente da República é um órgão unipessoal. Se eu sou alertado que há
factos ou articulados que não correspondem ou não contribuem para melhorar
aquilo que é a justiça que nós todos almejamos, é claro que ou trabalha-se para
corrigir, encontrar um ponto, ou então tem que se devolver para que se volte a
trabalhar. Foi o que aconteceu”, concluiu o Presidente são-tomense.
Para além de várias imprecisões, que podem prejudicar os
desideratos esperados com a reforma da justiça, Carlos Vila Nova também
sublinhou que o artigo 29° do diploma sobre a Organização e Funcionamento
do Sistema Judiciário, relativo às categorias de Tribunais, não estaria
conforme com o artigo 126° da Constituição da República.
O único diploma promulgado por Carlos Vila Nova foi a
revisão do Estatuto do Ministério Público, que aprovou a prorrogação automática
do procurador-geral da República, Kelve Nobre de Carvalho, por mais um ano, e a
sua promoção automática para o topo da carreira.
De notar ainda que o Presidente são-tomense defendeu a
revisão da Constituição de São Tomé e Príncipe.
Rfi
