Na altura em que a recuperação da economia mundial se encontra abaixo das expectativas, a evolução da economia chinesa chama mais atenção do mundo. Recentemente, o Birô Político do Comité Central do Partido Comunista da China (PCCh) realizou uma reunião, em que decidiu pôr mais ênfase em lançamento de políticas incrementais económicas, dando sinais positivos para a melhoria contínua da economia. Gostaria de partilhar com amigos santomenses algumas das minhas observações e reflexões sobre a conjuntura económica da China e o pacote de políticas.

Em primeiro lugar, as bases e as condições económicas seguem favoráveis para a            China, tais como mercado amplo, forte resiliência e grande potencial, e a economia tem registrado um desenvolvimento estável e progresso constante em meio à estabilidade. Por um lado, a base desta estabilidade está consolidada. Nos primeiros três trimestres deste ano, a economia chinesa conseguiu um crescimento sustentado numa base já elevada, com emprego e preços estáveis e uma balança de pagamentos equilibrada. Por outro lado, os impulsos à economia chinesa vêm se acumulando. Nos primeiros três trimestres, o valor das indústrias de manufatura de equipamentos e de alta tecnologia com escala cresceu 7,5% e 9,1%, respetivamente, em termos anuais, e as indústrias verdes, representadas pelos carros elétricos, baterias de lítio e produtos fotovoltaicos mantêm um crescimento rápido. Investimento, consumo e exportação estão mais otimizadas nas suas estruturas e a urbanização renovada e o desenvolvimento coordenado regional avançam ainda mais.

Em segundo lugar, as políticas incrementais vão impulsionar a aceleração do crescimento económico. Dando resposta aos novos desafios e problemas surgidos no atual funcionamento da economia, ao mesmo tempo que implementa eficazmente as políticas existentes, o governo chinês ainda lança um pacote de novas políticas incrementais, em termos de reforço do ajuste anticíclico das políticas macroeconómicas, aumento da demanda interna, estabilização do mercado imobiliário, e dinamização do mercado de capitais. A implementação dessas políticas, tem estimulado o mercado, com a melhoria das expectativas das empresas, a expansão do potencial da demanda interna e a aceleração do crescimento dos setores industrial e de serviços. A China tem plena confiança em alcançar os objetivos de desenvolvimento económico e social definidos para este ano, bem como manter a estabilidade do mesmo.

Em terceiro lugar, o crescimento da economia chinesa pode contribuir para o progresso da economia mundial. De acordo com as estatísticas do Fundo Monetário Internacional, em compasso com aumento de 1 ponto percentual na taxa de crescimento da economia chinesa, a economia mundial registra 0,3 ponto percentual na sua taxa de crescimento. Um relatório do Fórum Internacional de Finanças revela que, em 2023, a contribuição da economia chinesa para o crescimento económico global alcançou 32%, ou seja, a China é o maior motor do crescimento económico mundial. Recentemente, a China tomou a iniciativa de promulgar coordenadamente o incentivo de novas políticas e o impulso das reformas, o que não só aumenta a confiança no consumo e investimento doméstico, como também abre amplas perspetivas de cooperação internacional e deu incrementos benéficos para o mundo. Um relatório sobre o ambiente de negócios para investimentos estrangeiros na China aponta que 90% das empresas estrangeiras inquiridas classificaram o ambiente de negócios da China como “satisfatório” ou ainda melhor. É uma das provas de que as empresas estrangeiras continuam a estar otimistas em relação ao mercado chinês. Com a expansão e a modernização do mercado de consumo e a inovação tecnológica, a economia da China manterá um crescimento estável e terá maiores efeitos positivos na economia mundial.

 

Com o desenvolvimento económico de alta qualidade, a China oferecerá novas oportunidades aos países de todo o mundo, incluindo os países africanos. A China tem sido o maior parceiro comercial da África por 15 anos consecutivos. O comércio China-África atingiu um recorde histórico de 282,1 bilhões de dólares em 2023, e o estoque de investimento direto da China na África ultrapassou 40 bilhões de dólares até ao final de 2023, prevendo-se que o volume do comércio e do investimento China-África baterá novo recorde neste ano. Além disso, a cooperação China-África também promove a inovação científica e tecnológica e a construção de energia verde na África. Em julho passado, as duas partes lançaram o Plano de Ação para o Desenvolvimento da Cooperação Digital China-África, chegando a amplos consensos sobre a cooperação nas áreas como infraestrutura digital e capacidades digitais. Com o apoio da China, foram construídos muitos projetos de energia limpa na África, o que contribuiu para mais países africanos cumprirem seus sonhos de um desenvolvimento ecológico com baixa emissão de carbono.

Em setembro passado, Sua Excelência o Primeiro-Ministro Patrice Trovoada participou na Cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) e realizou uma visita oficial à China. Eu tive a honra de testemunhar o importante momento em que os dois países elevaram as relações bilaterais para a parceria estratégica. A China vai apoiar, como sempre, os esforços de São Tomé e Príncipe para promover o desenvolvimento económico e social, trabalhar juntos para implementar os resultados da Cimeira e fazer a nossa parceria estratégica beneficiar melhor os dois povos. Durante a Cimeira, os dois países assinaram um acordo de inspeção e quarentena sobre a exportação de grãos de cacau originários de São Tomé e Príncipe para a China, dando um passo crucial para a exportação de produtos agrícolas de alta qualidade santomenses para a China. Além da troca de notas feita em 2023 sobre o fornecimento de assistência alimentar, o líder chinês anunciou novas assistências alimentares a alguns países, incluindo este país amigo, com vistas a contribuir para a segurança alimentar. No âmbito do projeto “Cinturão de Luz da África”, o governo chinês fornecerá milhares de sistemas domésticos de energia fotovoltaica a São Tomé e Príncipe, a fim de mitigar a escassez da energia local. Espero sinceramente que os frutos da cooperação bilateral contribuam a melhorar o bem-estar do nosso querido povo amigo.

Como um ditado chinês diz, aqueles que se entendem um a outro não consideram a distância como obstáculo. Embora a China e São Tomé e Príncipe estejam distantes, podem compartilhar mesmos conceitos e valores e trabalhar de mãos dadas para avançar ainda mais. A China está disposta a trabalhar com este país para implementar os resultados da Cimeira, aprofundar a cooperação pragmática e envidar esforços incessantes para promover o desenvolvimento comum e reforçar a amizade entre os dois povos.

(Pela Sra. Embaixadora da China em São Tomé e Príncipe)