por Lusa
O Governo são-tomense aumentou de 54 para 220 euros as
taxas aeroportuárias pagas pelos passageiros a partir de 01 de dezembro,
segundo resolução do Conselho de Ministros a que a Lusa teve hoje acesso.
A Taxa de Desenvolvimento Aeronáutico (TSDA) foi fixada em
62 euros, Taxas de Segurança Aeroportuário em 28 euros e as Taxas de Regulação
(TR) 20 euros, que, multiplicando-se por dois nas viagens de ida e volta,
totalizam 220 euros por passageiros de voos internacionais.
Nos voos domésticos para a ilha do Príncipe, as Taxas de
Desenvolvimento Aeronáutico foram fixadas em sete euros, as Taxas de Segurança
Aeroportuário em quatro euros e as Taxas de Regulação em cinco euros, que,
multiplicando-se por dois nas viagens ida e volta, totalizam 21 euros por
passageiros.
No entanto, a resolução estabelece isenções para crianças
com menos de 2 anos, passageiros em trânsito, "desde que não troquem de
voo", e redução de 75% das Taxas de Desenvolvimento Aeronáutico e das
Taxas de Regulação para crianças de idades entre 2 e 12 anos.
"As importâncias devidas a título de TSDA e da TR são
cobradas diretamente ao passageiro ou através dos transportadores aéreos e seus
agentes no ato de emissão do título de viagem, devendo estar claramente
identificadas naquele", lê-se na resolução.
A Taxa de Regulação "constitui receita da Instituto
Nacional de Aviação Civil (INAC) e deve ser utilizada, exclusivamente, na
materialização do Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil e do Programa
Nacional de Controlo de Qualidade da Segurança da Aviação Civil, no apoio às
atividades de segurança levadas a cabo pelas entidades com responsabilidades em
matéria de segurança da aviação civil e demais ações inerentes à promoção do
sistema de segurança da aviação civil", acrescenta-se.
Por outro lado, acrescenta-se que as Taxas de
Desenvolvimento Aeronáutico e as Taxas de Segurança Aeroportuária nos voos
internacionais, "constituem receitas da entidade gestora dos aeroportos e
deve ser utilizada, exclusivamente, para a aquisição, financiamento,
instalação, operação e manutenção dos equipamentos, aquisição de serviços e
materiais, assim como outros gastos de gestão relevantes para o próprio
operador aeroportuário".
Em conferência de imprensa na segunda-feira, após
reclamações de vários são-tomenses, sobretudo nas redes sociais, alguns
responsáveis do Ministério das Infraestruturas e do INAC justificaram o aumento
das taxas no âmbito do contrato de concessão do aeroporto a uma empresa privada
de investidores turcos, visando a modernização da infraestrutura.
O presidente do Conselho de Administração da Aviação Civil,
António dos Santos Lima, assegurou que a empresa privada turca "vai criar
melhorias" e enfatizou que "é preciso dinheiro para modificar a infraestrutura"
que disse ser alvo de críticas constantes.
Em junho, o Governo são-tomense assinou com uma empresa
turca denominada "FB Airport STP" do grupo FB um contrato de
concessão do aeroporto de São Tomé por 49 anos visando, nomeadamente, a gestão,
requalificação e modernização da infraestrutura.
Na altura, o ministro das Infraestruturas, José Rio, disse
que o projeto seria executado em três fases, prevendo o início entre setembro e
outubro, após o aval do Tribunal de Contas, mas até ao momento não se verificou
o início de obras.
José Rio disse que a primeira fase terá investimento de
cerca de 85 milhões de euros, somando-se mais de 100 milhões euros na segunda e
atingirá 144 milhões de euros na terceira fase.
O Governo estima que na primeira fase o aeroporto passará a
ter capacidade de atingir 500 mil passageiros por ano, um milhão na segunda
fase e cerca de um 1,5 milhões de passageiros na terceira fase.
