O crescimento
económico de São Tomé e Príncipe em 2024 ficará abaixo de 1%, mas deverá
atingir 4,8% em 2026, refere o Banco Central no balanço do ano de “muitos
desafios” que termina com “perspetivas mais positiva”.
O Governador do
Banco Central de São Tomé e Príncipe (BCSTP) referiu, lendo o comunicado de
balanço do ano, que “apesar de se antever um crescimento económico abaixo de 1%
para 2024, espera-se uma aceleração gradual que atingirá 3,1% no final de 2025
e 4,8% em 2026”.
Américo Ramos disse
ainda que “é esperada a estabilização dos preços ao longo dos próximos anos,
estimando-se uma redução da inflação para 10,9% em 2024 e a manutenção do nível
de 5% a médio prazo”.
O Governador
sublinhou, que “os desafios que ainda se apresentam requerem um trabalho árduo
e coordenado”.
“O ano que agora
finda foi, sem dúvidas, de muitos desafios, mas termina com a abertura de uma
perspetiva mais positiva”, disse o Governador do Banco Central, sublinhando que
“finalmente, foi assinado o acordo com o Fundo Monetário Internacional, o que
abre expectativas francamente mais otimistas para 2025 e os anos subsequentes”.
“Este acordo
assenta num ambicioso programa de reformas para reestruturar a estabilidade
macroeconómica e, em paralelo, estabelece as bases para uma recuperação
económica mais célebre, sólida e inclusiva”, recordou.
Américo Ramos
destacou ainda o processo de transformação estrutural em curso que assenta em
reformas no setor energético “com impacto no curto prazo, além de reformas
estruturais de médio prazo para permitir uma transição para a energia verde”.
Isto, acrescentou,
“não só permitirá libertar o potencial de crescimento sem gerar desequilíbrios
fiscais, mas de igual forma, assegurar uma menor exposição das reservas internacionais
líquidas às flutuações dos preços internacionais do crude, bem como à
necessidade de importação de hidrocarbonetos”.
Segundo Américo
Ramos a necessidade de reposição das reservas externas em níveis recomendados
para suportar a âncora cambial levaram o Banco Central a efetuar estudos para
conhecer melhor a dimensão e a caracterização estrutural do mercado cambial
são-tomense, bem como os canais e os fluxos de pagamento.
Desses estudos
concluiu-se que “apenas 17,2% da riqueza nacional gerada pelo setor de
exportação passa pelo sistema financeiro nacional”, anunciou.
“Tornou-se urgente
e imperiosa a alteração do quadro regulamentar, a adoção de medidas para
permitir a reestruturação do mercado cambial, assegurando que as contrapartidas
financeiras das trocas com o exterior estejam plenamente refletidas no sistema
financeiro local”, declarou Américo Ramos, considerando que só assim se garante
que “esta riqueza criada em território nacional circule na nossa economia e
promova o crescimento económico”.
O Governador de
BCSTP adiantou ainda que a instituição continua a modernizar o sistema
financeiro são-tomense, tanto no desenvolvimento de novos produtos financeiros,
como introduzindo mecanismos inovadores ao nível do sistema de pagamentos.
Segundo Américo Ramos,
isso vai melhorar os parâmetros de solidez do sistema que, “apesar das
dificuldades que a economia apresenta, têm se mantido acima dos níveis
exigidos”, com um “o ratio de liquidez acima de 65% quando o mínimo
regulamentar é de 20%, o ratio de solvabilidade de 34% quando o mínimo é de
12%, e capitais próprios acima do exigido”.
Não obstante o
quadro de solidez atual, apontou algumas preocupações defendendo uma forte
articulação entre as medidas de política fiscal, monetária e macroprudencial.
Lusa
