“A conjuntura económica do país não conheceu melhorias
significativas e os problemas sociais continuam a agravar-se”, apontou Carlos
Vila Nova.
O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, pediu uma
“governação mais responsável e mais presente”, afirmando que os desafios dos
anos anteriores continuam “quase todos sem solução” e o povo enfrentou
“dificuldades significativas” em 2024, que foi um “ano difícil”.
“2024 foi um ano difícil, complicado para São Tomé e Príncipe
e para a maioria dos são-tomenses. Os desafios que 2023 e os anos anteriores
carregavam continuam quase todos eles sem solução também em 2024. Somaram-se
aos deste ano e o povo continua a enfrentar dificuldades significativas e a
ansiar por dias melhores”, afirmou Carlos Vila Nova na mensagem à Nação, por
ocasião do fim do ano.
Para o chefe de Estado são-tomense, em 2024, “poucos foram
os avanços dignos de registo, que se resumem quase exclusivamente à melhoria da
situação energética no país”, o recente acordo de cerca de 24 milhões de
dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI) “que poderá abrir também
outras portas para a injecção de verbas em forma de apoios orçamentais” para o
país.
“A conjuntura económica do país não conheceu melhorias significativas
e os problemas sociais continuam a agravar-se. As violações e os abusos sexuais
de menores continuam a registar índices elevados sem que a justiça consiga dar
resposta satisfatória ao problema. A emigração desregrada agudiza-se, com todas
as consequências disso decorrentes, mormente o nível de desestruturação
familiar, com crianças e adolescentes sendo abandonadas à sua sorte”, apontou
Carlos Vila Nova.
“O desemprego continua a grassar e os poucos recursos que o
país dispõe não são redistribuídos de forma equitativa, penalizando sob maneira
as classes mais desfavorecidas”, acrescentou o chefe de Estado, citado pela
Lusa.
Sem se referir ao primeiro-ministro Patrice Trovoada que tem
sido várias criticado pelas múltiplas viagens que tem feito desde que assumiu a
governação em 2022, passando por vezes quase um mês no exterior, o Presidente
da República apelou para “uma governação mais responsável, mais participada ou
menos solitária, mas sobretudo mais presente”.
“Os ingentes problemas com que o país se debate não são
compatíveis com uma governação feita muitas vezes à distância, que descura uma
visão estratégica, holística e bem delineada das decisões que se impõem a
adoptar”, sublinhou o Presidente da República, acrescentando que “por muito
bons que sejam os marinheiros, nada justifica que o comandante do barco se
arrogue o direito de se ausentar deste durante um lapso temporal que excede
metade da jornada”.
lusa
