O Programa Saúde para Todos, financiado pela cooperação
portuguesa, entregou ontem reagentes e equipamentos avaliados em cerca de 36
mil euros a São Tomé e Príncipe, prevendo “para breve” a entrega de
mais 105 mil euros em medicamentos.
“Acreditamos que, com estas entregas de medicamentos,
reagentes e materiais, o Serviço Nacional de Saúde [são-tomense] verá reforçada
a sua capacidade de intervenção para uma melhor prestação de cuidados de saúde
às populações”, sublinhou, citado pela Lusa, o representante do Instituto
Marquês de Valle Flôr, António Lima, que apelou às autoridades são-tomenses a
“uma preocupação acrescida na gestão desses materiais”.
Ao longo dos últimos 20 anos o Programa Saúde para Todos tem
apoiado o sistema de saúde de São Tomé e Príncipe em “cinco áreas prioritárias”,
o que inclui o apoio a mais de 30 centros e postos de saúde que prestam
cuidados primários e preventivos e missões médicas em 26 especialidades ao
longo desse período.
O projeto inclui ainda apoio à formação de curta e longa
duração para profissionais são-tomenses, incluindo a formação de especialistas
médicos em Portugal, ações de reabilitação das infraestruturas e a aquisição de
equipamentos e de consumíveis médicos hospitalares e laboratoriais.
“Mais importante do que números ou valores, o que conta
nestas ações é que, ao desenvolvermos o Programa Saúde para Todos, estamos a
contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento humano de São Tomé e
Príncipe e as pessoas e a sua saúde são, obviamente, o que há de mais precioso
para qualquer nação”, sublinhou o embaixador de Portugal em São Tomé e
Príncipe, Luís Leandro da Silva.
O ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe, realçou
que a componente especialidades introduzida no Programa Saúde Para Todos a
partir de 2010 “veio trazer um marco” e “deu um salto” na cooperação neste
domínio.
“Veio resolver grande parte dos problemas que tínhamos […],
diminuindo a necessidade de [transferência] dos doentes e, claro, trazendo a
resposta aos problemas que os doentes tinham”, sublinhou Celso Matos.
O governante são-tomense agradeceu a cooperação portuguesa e
os médicos portugueses que integram as missões médicas para São Tomé e
Príncipe.
“Portugal tem mostrado a abertura para que continuemos a
crescer nesta colaboração e vejo que há margem para crescermos. Já foram várias
missões, várias entregas de equipamentos, já evoluímos com telemedicina,
portanto, iremos continuar a evoluir”, disse.
Celso Matos adiantou que, “para breve”, será instalado um
serviço de anatomia patológica com apoio da cooperação portuguesa que vai
financiar a formação dos quadros são-tomense nesta área e na criação de um
laboratório de anatomia patológica “que vai melhorar o diagnóstico precoce de
doenças oncológicas”.
