Os Governos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde
desvalorizaram o impacto da tarifa de 10% às suas exportações para os Estados
Unidos da América (EUA), anunciada quarta-feira pelo Presidente norte-americano,
Donald Trump.
Oministro do Estado e da Economia e Finanças de São Tomé e
Príncipe, Gareth Guadalupe, afirmou que a tarifa anunciada pelo Presidente
norte-americano "não constituirá nenhum problema para a economia" do
país africano, tendo o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e
Silva, destacado que espera um impacto reduzido, já que a Europa é o principal
sustentáculo do turismo, motor da economia do arquipélago.
"Temos uma tarifa de 10% que foi aplicada a São Tomé e
Príncipe, mas isso não constituirá nenhum problema para a economia são-tomense.
Ela existe, mas nós vamos continuar a nossa vida, porque as nossas divisas não
dependem daquilo que nós exportávamos para os Estados Unidos", disse
Gareth Guadalupe.
"Nós não exportámos nada" para os Estados Unidos
da América, declarou o ministro são-tomense em conferência de imprensa, hoje,
em São Tomé.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva,
disse, por seu turno, em declarações aos jornalistas na quinta-feira,
acompanhar "com preocupação" os anúncios da administração Trump,
considerando que o contexto "é imprevisível".
No entanto, as novas tarifas pouco devem afetar Cabo Verde,
cujo comércio externo de mercadorias é feito essencialmente com a Europa, de
onde proveem também a maior parte dos visitantes que alimentam o motor da
economia, o turismo.
Os EUA têm algumas das principais comunidades da diáspora
cabo-verdiana, responsáveis por remessas que são um dos pilares da economia do
país lusófono, mas o líder do Governo disse que, para já, "não há razão de
preocupação".
Durante um grande evento na Casa Branca, na quarta-feira, o
Presidente norte-americano, Donald Trump, que apelidou a data como o "Dia
da Libertação" para os EUA, impôs uma tarifa mínima de 10% a dezenas de
países em todo o mundo e uma taxa adicional aos que Washington considera
"piores infratores" pelas suas barreiras aos produtos
norte-americanos.
"Este é um dos dias mais importantes, na minha opinião,
da história dos Estados Unidos. É a nossa declaração de independência
económica", sublinhou o estadista.
Além de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde, também o Brasil,
a Guiné-Bissau e Timor-Leste foram incluídos no grupo que será abrangido pela
tarifa de 10%, sendo que outros membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) são igualmente visados no anúncio de Trump, com Angola a ver
os seus produtos taxados a 32%, Moçambique a 16% e a Guiné-Equatorial a 13%,
enquanto Portugal fica incluído nas tarifas que recaem sobre a UE. por Lusa
