O inquérito
concluiu que dos reclusos que fugiram da cadeia em julho, um "foi detido
no mesmo dia da fuga pelos agentes da Polícia Nacional nos arredores da Cadeia
Central".
O governo
são-tomense demitiu a direção dos serviços prisionais e reinserção social, na
sequência da fuga, em julho, de “reclusos altamente perigosos”, anunciou esta
terça-feira o executivo, que lamentou “os danos e todo o stress e
pânico criado” na altura.
O anúncio consta de
uma comunicação do Ministério da Justiça, Administração Pública e Direitos
Humanos, assinado pela ministra da tutela, Ilza Amado Vaz, após ser apresentado
ao governo o resultado do inquérito aberto a 24 de julho.
“Os inquiridores,
durante 30 dias, procederam à auscultação dos dirigentes, oficiais superiores e
subalternos, chefes e agentes dos Serviços Prisionais e de Reinserção
Social, recolheram as informações pertinentes, na sequência do qual elaboraram
dois documentos contendo todas as declarações, os factos, identificação das
fragilidades, as eventuais responsabilidades, bem como as recomendações”,
lê-se no comunicado.
Contrariamente à
informação prestada na altura pelas autoridades, dando conta da fuga de “dois
reclusos altamente perigosos”, o comunicado do governo refere que o inquérito
concluiu que se “evadiram da Cadeia Central, no dia 20 de julho de 2024, 3
reclusos”, um dos quais “foi detido no mesmo dia da fuga pelos agentes da
Polícia Nacional nos arredores da Cadeia Central”.
Com o inquérito “foram
apurados os factos e identificados vários elementos que concorreram para a fuga
dos reclusos“, mas, “por razões de segurança, essas informações são
consideradas matérias confidenciais sujeitas a comunicação limitada, pelo que
não serão divulgadas”, refere-se no comunicado.
No entanto,
“atendendo às conclusões do referido relatório de inquérito”, a ministra da
Justiça refere que o governo decidiu “demitir todo o corpo diretivo da Direção
Geral dos Serviços Prisionais e de Reinserção Social”, especificamente o
diretor-geral, diretora do Serviço de Reinserção Social e o chefe de Segurança
e Vigilância.
Para os seus
lugares foram nomeados a subintendente Nair Márcia da Mata, para diretora geral
dos Serviços Prisionais e de Reinserção Social, o comissário Abdelaziz
Bandeira, diretor de Reinserção Social, e o subintendente Alcides Santiago,
chefe de Serviço de Segurança e Vigilância.
Além disso, mandou
“instaurar cinco processos disciplinares aos oficiais superiores dirigentes,
oficiais subalternos, chefes e agentes, pelos atos, comportamentos e omissões
tipificados como violação dos deveres e obrigações, previstas nos termos do
Estatuto da Função Pública”.
O governo orientou
ainda o novo corpo diretivo para, com caráter de urgência, “reforçar
os mecanismos de segurança nos serviços prisionais, imprimir mais rigor e
profissionalismo no cumprimento das Leis e dos Regulamentos, incluindo a
concretização das recomendações contidas no relatório do inquérito”.
O Ministério da
Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos aproveita para reiterar o seu
compromisso na implementação de políticas públicas para reforçar a capacidade
de atuação dos Serviços Prisionais e de Reinserção Social, lamentar o ocorrido,
os danos e todo o stress e pânico criado na sociedade pela fuga dos
reclusos, e reiterar os agradecimentos a todas as instituições, elementos das
Forças de Serviço de Segurança, do Sistema Judiciário, a população, de uma
maneira geral a todos aqueles que de forma direta ou indireta participaram
ativamente na captura dos reclusos foragidos”, lê-se no comunicado.
Lusa
