O Presidente
guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse que está disponível para continuar a ser
"Presidente da Guiné-Bissau" se for a vontade dos seus apoiantes, no
que é um volte-face ao anúncio que fez na semana passada.
Umaro Sissoco
Embaló havia anunciado que não se iria candidatar a um segundo
mandato após acatar os conselhos da sua mulher.
"É uma decisão
tomada ouvindo a opinião da minha mulher, que é a minha primeira família",
declarou Embaló à saída da reunião do Conselho de Ministros por si presidida.
Ao discursar este
domingo (15.09) na reunião do Conselho Nacional de uma ala do Movimento
para a Alternância Democrática (Madem G-15), que lhe é fiel, Umaro Sissoco
Embalo admitiu, perante uma assistência entusiástica de militantes daquele
partido, que poderá ser candidato.
"Se ontem [na
passada terça-feira] disse que não iria recandidatar-me para um segundo
mandato, se entenderem que eu devo o fazer, estou à vossa disposição. Não estou
por cima de vós", observou Embalo.
O político destacou
estar à disposição dos cidadãos guineenses para enfrentar quaisquer ameaças.
"Se entenderem
que continuo a ser a solução estarei à vossa frente", frisou Umaro Sissoco
Embaló.
O Madem G15,
partido fundado em 2018 por dissidentes do Partido Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), está dividido atualmente em dois grupos.
O grupo de
militantes reunidos em Conselho Nacional, num dos hotéis de Bissau, diz-se
disponível para apoiar um segundo mandato de Umaro Sissoco Embaló e um outro grupo
é contra essa pretensão do político.
O grupo hoje
reunido é liderado pela veterana de luta pela independência da Guiné-Bissau
Satu Camará, e o outro grupo é dirigido pelo empresário Braima Camará, que se
considera líder legítimo por ter sido eleito num congresso ordinário em 2022
para um mandato de quatro anos.
As disputas no
seio do Madem encontram-se em tribunal a aguardar uma decisão final que
deverá ser
conhecida após as férias
judiciais, em outubro próximo.
Umaro Sissoco
Embaló anunciou no seu discurso que aceita a distinção que lhe foi feita pelo
grupo de militantes de Madem que o considera presidente de honra do partido.
"Agradeço a
distinção que me fizeram para ser o presidente de honra do Madem e da mesma
forma que eu sou presidente de honra de todos os partidos políticos da Guiné-Bissau",
declarou o chefe de Estado guineense.
Bastante criticado
no país por políticos e membros da sociedade civil, que lembram que as funções
de Presidente da República são incompatíveis com as de outra natureza, Umaro
Sissoco Embalo afirmou que ninguém lhe tira o direito de ser membro fundador do
Madem.
Lusa
