O
primeiro-ministro são-tomense disse hoje que as negociações com o Fundo
Monetário Internacional (FMI) evoluíram e espera "fechar o
acordo" em outubro, mas defendeu que "a vida dos são-tomenses só vai
mudar" com investimentos privados.
"As
coisas estão melhores do que há uns meses. Estamos a fazer progressos nas
contas, nas cifras, nas medidas e no entendimento que nós queremos. Como eu
disse, acordo queremos, acordo haverá, mas será para nós (um) acordo que
consideramos menos penoso possível para as populações", disse Patrice
Trovoada, em resposta à Lusa à margem das celebrações dos 50 anos do dia da
mulher são-tomense, que hoje se assinala.
O
primeiro-ministro são-tomense admitiu que "algumas medidas terão que ser
tomadas", uma vez que "existem grandes desequilíbrios que é preciso
reequilibrar", mas assegurou que tudo será feito em função daquilo
"que é suportável para os são-tomenses".
Desde a
entrada em funções, em dezembro de 2022 que o Governo são-tomense tem
estado a negociar um programa de crédito alargado com o FMI, mas até ao momento
as partes não chegaram a um entendimento.
Em várias
ocasiões o primeiro-ministro são-tomense referiu que a ausência de acordo com o
FMI "tem condicionado a execução do programa de investimento público e
continua a impactar negativamente as reservas internacionais líquidas", o
nível de importações de bens e serviços, e "em última instância a atividade
económica" do arquipélago.
Em junho,
após uma equipa técnica do FMI terminar uma missão a São Tomé, Patrice Trovoada
disse que não aceitava a proposta para aumentar o preço do combustível e
eletricidade em troca do acordo de crédito alargado para não piorar a
situação social no arquipélago.
O chefe do
Governo são-tomense disse hoje que irá aos Estados Unidos nos próximos
tempos, prevendo uma nova mesa redonda ou uma reunião com o FMI visando
definição do programa para que seja aprovado pelo Conselho de Administração
desta instituição financeira em outubro.
No entanto,
notou que um dos grandes problemas do país "é o emprego", admitindo
que o FMI vai permitir que os parceiros tradicionais possam dar um pouco mais
de dinheiro, mas alertou que estes parceiros "têm estado durante décadas a
apoiar São Tomé e Príncipe", e questionou o impacto dessas ajudas.
"Isso
é como um doente que estamos a manter vivo artificialmente, mas não está
saudável. Então, só o investimento privado é que poderá tornar a nossa economia
mais saudável, permitir que nós possamos exportar muito mais", sublinhou o
primeiro-ministro são-tomense.
Lusa/Fim
