O secretário para a Segurança da região semiautónoma chinesa
de Macau anunciou hoje planos para acelerar o controlo fronteiriço de
visitantes estrangeiros através da utilização de canais eletrónicos
automáticos.
Durante a apresentação do programa político para 2025 na
área da segurança, Wong Sio Chak afirmou que o território irá alargar a
utilização de pontos de passagem automática a cidadãos estrangeiros sem
estatuto de residente ou autorização de trabalho.
Para facilitar os "intercâmbios com o exterior",
as autoridades irão expandir os equipamentos de autosserviço para o Sistema de
Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes
estrangeiros, explicou o dirigente.
Aos deputados na Assembleia Legislativa, o parlamento local,
o secretário acrescentou que o Governo continuará a otimizar a tecnologia de
reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços e a estudar a sua extensão a
não residentes em 2025.
"Estamos também a estudar formas de alargar o número de
utilizadores elegíveis para os canais de passagem automática, permitindo que
mais turistas estrangeiros beneficiem de processos de imigração mais rápidos e
de uma circulação mais fluida na Grande Baía", declarou Wong.
A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau é um projeto de
Pequim para integrar os dois territórios de Hong Kong, Macau e nove cidades da
província de Guangdong numa região com mais de 86 milhões de habitantes e uma
economia superior a um bilião de euros em 2023.
De acordo com dados oficiais, Macau recebeu, em 2024, 34,9
milhões de visitantes, mais 23,8% do que no ano anterior, mas apenas 2,42
milhões foram turistas internacionais.
Em outubro, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês
alargou a política de isenção de vistos a portugueses, inserindo assim Portugal
numa lista que abrangia já outros 16 países europeus.
A medida, que permite aos portugueses permanecer na China
para turismo, negócios ou trânsito durante um máximo de 15 dias, vigora pelo
menos até 31 de dezembro de 2025.
No mesmo mês, a China continental tinha anunciado o
alargamento, de 90 para 180 dias, do período de permanência para residentes
estrangeiros de Macau em vistos de entradas múltiplas no país.
A medida inclui residentes estrangeiros permanentes e não
permanentes de Macau que se desloquem "ao Interior da China para turismo
de curta duração, comércio, visita a familiares, visitas e outras
atividades".
A partir de julho, a Administração Nacional de Imigração
(NIA, na sigla em inglês) chinesa já tinha permitido aos residentes permanentes
estrangeiros de Macau e Hong Kong requerer uma autorização para entrar no
interior da China, válida por um máximo de cinco anos.
A medida abrange membros da comunidade portuguesa que sejam residentes permanentes em Macau e que, até então, estavam obrigados a pedir um visto para viajar até ao outro lado da fronteira. Lusa
